A Ordem dos Advogados do Brasil, Secional Roraima, designou um advogado para acompanhar a situação de uma mulher de 32 anos, que foi autuada pelo delegado da Polícia Federal, Agostinho Cascardo, porque comeu um bombom de chocolate que se encontrava sobre uma mesa na sede da instituição. Ela é a faxineira de uma empresa que presta serviço de limpeza na PF. Segundo o presidente da OAB, Jorge Fraxe, a faxineira se encontra bastante assustada com a repercussão do caso e pediu apoio.
A mulher, que esteve na sede da OAB ontem à tarde (06) confessou que realmente pegou um bombom de chocolate e comeu, mas não agiu com a intenção de cometer furto e jamais pensou que pudesse ser processada por algo tão insignificante. O advogado designado pela OAB, Abdon Neto vai solicitar à Polícia Federal documentos do procedimento do auto de flagrante por furto, para em seguida adotar as providências de defesa que o caso requer.
“Pedimos, por meio de ofício, a documentação elaborada pela polícia sobre o caso, pois é público. A mulher foi atendida por mim e pelo advogado nomeado pela OAB em Roraima. Analisaremos o procedimento para nos manifestarmos posteriormente”, disse o presidente Jorge Fraxe.
Jorge repudiou a atitude do delegado e defendeu que ele agiu de forma ‘desproporcional’. “Se ele tivesse se sentido lesado, a apuração teria que ocorrer no âmbito da Polícia Civil, porque a zeladora não é servidora da Polícia Federal e não tem foro especial. Agora, ele usar a estrutura da PF, que serve para investigar desvios de condutas da própria instituição, contra essa moça é um absurdo, é desproporcional e desnecessário”, avalia.
Para Jorge o que está em jogo é “o interesse pela dignidade humana. A valorização das pessoas e quando um cidadão comum sofre um dano tão cruel à sua dignidade, como nesse caso, a OAB não pode deixar de prestar todo o apoiamento que a vítima necessita. Ela não estará desamparada em momento algum, podem ter certeza disso”, disse ele.