Jovens advogadas e advogados de Roraima estão desde ontem na cidade de Porto Velho, onde participam da XVI Encontro Nacional da Jovem Advocacia, que começou hoje e segue até sábado. A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Roraima participa com um grupo de nove profissionais, incluindo o presidente da OAB Roraima, Rodolpho Morais.
No primeiro dia, aconteceu o Colégio de Presidentes das Comissões da Jovem Advocacia. De acordo com o presidente da CJA da OAB Roraima, Ângelo Peccini, além da apresentação de projetos por cada Seccional, o Colégio vai discutir assuntos relacionados ao ensino jurídico, o incentivo à docência, tutoria na Jovem Advocacia, e a participação dos profissionais em início de carreira nas audiências públicas que serão realizadas com o objetivo de se discutir um posicionamento da advocacia sobre a reforma política no país.
Haverá ainda a participação de membros da Seccional apresentando painéis, como é o caso da advogada Clarissa Vencato, que vai falar sobre a participação da mulher advogada na política de Ordem e o surgimento do Movimento Mais Mulheres na OAB.
Ela explicou que a apresentação tem como ponto principal apontar a razão de ser da invisibilidade da advocacia feminina e porque ela tem que desaparecer e que é preciso mudar esse cenário, destacando a importância do engajamento feminino na OAB.
Para isso, a advogada fará uma retrospectiva histórica dos direitos das mulheres e como essa história repercutiu por tanto tempo também na advocacia. “A mulher era considerada incapaz e tinha o trabalho relegado aos afazeres domésticos e por isso muitas profissões acabaram sendo consideradas de homens. Dentro da advocacia não foi diferente e essa herança de subvalorização da mulher reflete até hoje na participação das advogadas na política de Ordem”, explica.
Por fim, Clarissa Vencato falará do surgimento do Movimento Mais Mulheres na OAB, que foi criado em Roraima, e se expandiu para todo o país há pouco mais de dois anos com a finalidade de fortalecer a advocacia feminina. “Além de convocar as mulheres a participarem das decisões políticas da OAB, a ocuparem os seus espaços. Essa é uma questão de luta pela equidade, não política de confronto. É uma política do encontro”, ressalta.
Ela adianta ainda que apresentará os índices de elevação da composição das chapas por mulheres, após o surgimento do movimento. “Saímos de uma média de 11% para quase 40% a participação das advogadas nas chapas que concorreram na última eleição”, comemora, mas continua convocar as mulheres para essa luta de equidade quando apresenta os números de ex presidentes de Seccionais no país.
“Fizemos um levantamento de quantos homens e mulheres já presidiram Seccionais e foram membros de conselhos. São mais de 500 ex presidentes homens, contra 9 mulheres que já presidiram Seccionais no Brasil”, conclui.