O presidente Jorge Fraxe participou do encontro onde vários temas da advocacia nacional foram debatidos.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Roraima,Jorge Fraxe, participou do encontro do Colégio de Presidentes da OAB, nos dias 28 e 29 de maio, na cidade de Vitória (Espírito Santo), onde foram debatidos temas importantes do interesse da advocacia nacional. No final do encontro, todos os presidentes assinaram a ‘Carta de Vitória’, onde predomina a necessidade imperiosa de instalação em todos os Estados do Processo Judicial Eletrônico (PJe).
Segundo Jorge outro assunto importante para a advocacia, o Escritório Digital, também ganhou a atenção do colegiado, porque todos os presidentes entendem se tratar de mas uma ferramenta que vai auxiliar na celeridades das demandas advocatícias do dia-a-dia. A discussão ficou muito concentrada também na questão das reclamações em todos os Estados sobre o PJe. “Entendo que a OAB não é contra a globalização e a informatização, de forma alguma. A gente se opõe a uma afobação, a esse corre-corre para a instalação do PJe sem que exista a estrutura básica, como banda larga, por exemplo. E que tudo seja consolidado depois que tenha sido discutido com a advocacia”, observa Jorge.
Veja a íntegra da Carta de Vitória:
CARTA DE VITÓRIA
O Colégio de Presidentes dos Conselhos Seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil, reunido na cidade de Vitória, Espírito Santo, nos dias 28 e 29 de maio de 2015, após análise e discussão de temas de interesse da advocacia e da sociedade brasileira, decide:
1. Proclamar imprescindível a instalação do Processo Judicial Eletrônico – PJe sem açodamento e somente naqueles locais nos quais exista internet de banda larga e a necessidade da criação, no âmbito do Conselho Nacional de Justiça, de comitê com objetivo de auditar todos os sistemas de processos eletrônicos implantados nos Tribunais brasileiros, cumprindo as regras de segurança da informação (ISSO 27001:2013), o Marco Civil da Internet e a transparência garantidora da segurança jurídica.
2. Apoiar a implantação do Escritório Digital em todo o País, solicitando aos Tribunais a adesão ao modelo construído pela OAB e CNJ.
3. Instar os Governos a pagar as Requisições de Pequeno Valor no prazo legal de sessenta dias.
4. Recomendar às Seccionais da OAB a criação da tabela de honorários de advogados correspondentes, como forma de impedir o aviltamento da remuneração profissional, implicando sua inobservância em infração ética. Do mesmo modo, concluir que o advogado apenas pode ser contratado pelo constituinte ou por seu procurador, ainda que para a prática de atos eventuais.
5. Ressaltar a importância dos recursos hídricos, apontando “Águas” como tema central da III Conferência Internacional de Direito Ambiente, e apoiar a criação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Parnaíba e dos demais rios brasileiros.
6. Recomendar a implantação, nas Seccionais, de anuidades diferenciadas e do Plano Nacional de Valorização do Jovem Advogado (Provimento n.162/2015-CFOAB) como forma de incentivar e estimular os profissionais em início de carreira.
7. Enfatizar a imprescindibilidade do Exame de Ordem para a proteção mais eficiente da sociedade, conclamando para a sua defesa os advogados, estagiários e acadêmicos de Direito, e repudiar os termos do Projeto de Lei n. 8.220, de 2014.
8. Apoiar a Advocacia Pública e das Estatais na defesa de melhorias estruturais e salariais, visando à valorização das carreiras jurídicas e a autonomia administrativa.
9. Condenar a redução das verbas orçamentárias dos Governos Federal, Estaduais e Municipais na área da educação brasileira, com reestruturação das universidades públicas, bem como remuneração digna aos professores, discordando das limitações impostas ao FIES.
10. Defender a imprescindibilidade do advogado nos inquéritos policiais como forma de efetivação da garantia aos direitos individuais constitucionalmente assegurados a todos.
11. Externar sua preocupação com a proposta de lei de organização da Magistratura, que não pode conter inconstitucionalidades e impropriedades.
12. Rejeitar novamente o financiamento empresarial das campanhas políticas, ao tempo em que aponta a possível existência de vícios legislativos na sua recente aprovação.
13. Propugnar ao Conselho Nacional de Justiça que regulamente o pedido de vista formulado por magistrados no julgamento de processos em todos os Tribunais.
14. Exigir que seja garantido o acesso dos advogados às instalações do Judiciário mediante a apresentação da carteira profissional, impedindo a sua revista discriminatória.
15. Repelir as violações de direitos humanos por parte dos agentes estatais.
16. Defender a adoção de mandato pzra os Ministros do Supremo Tribunal Federal, vedada a recondução e com indicação pelo sistema misto.
Vitória, ES, 29 de maio de 2015.