Nathália, presidente da Comissão da Mulher Advogada: “queremos ser respeitadas como mulher e direitos iguais”
A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Roraima, realiza, através da Comissão Especial da Mulher Advogada (CEMA), a 1ª Conferência Estadual da Mulher Advogada, na próxima quinta-feira, 14, das 14h às 18 horas, no auditório da Ordem, com o objetivo de debater as principais bandeiras do universo feminino frente aos desafios da advocacia atual. Segundo explica a presidente da Comissão Especial da Mulher, Nathália Veras, o evento ensejará uma discussão ampla na construção uma agenda positiva que reconheça a importância da mulher no cenário da OAB Local e Nacional, além de trazer ao debate temas importantes para a advocacia feminina local.
A Conferência destina-se às advogadas, estagiárias inscritas na OAB, acadêmicos do Curso de Direito e a todos os advogados militantes no Estado e está dividida em 4 painéis, com a apresentação de temas variados como as inovações trazidas pelo novo CPC e mecanismos de soluções de conflitos do dia dia a dia da mulher na advocacia. São eles: ‘Mudanças Relevantes no Processo Civi’, (que terá Clarissa Vencato como palestrante), ‘O Acesso e a Efetividade da Justiça’, (com a desembargadora Tânia Vasconcelos), ‘O Espaço da Mulher na Atualidade’, (com Iana Vasconcelos) e por último ‘A Mulher na Política’, (que terá a defensora pública e deputada estadual Lenir Rodrigues como palestrante).
Segundo Nathália, direitos básicos das mulheres advogadas ainda são desrespeitados, por isso é importante que as mulheres firmem uma posição diante da necessidade de uma inclusão definitiva não só no mercado de trabalho, mas no âmbito do espaço geral de convivência entre homens e mulheres. “Hoje as advogadas já representam quase 50% da classe no mercado nacional e em Roraima já há mais mulheres que homens no exercício diário da advocacia. Por isso é preciso estarmos sempre atualizadas, além de participar dos debates de gênero que nos diz respeito”, observa Nathália.
Nathália cobra mais atenção e presença nas demandas femininas e diz que é preciso que a advogada fale mais de mulher nas discussões do cotidiano. “Porque somos nós que escrevemos a história da família, da sociedade. E debates como esses que teremos na 1ª Conferência Estadual servem de base para o nosso fortalecimento, permitindo o nosso desenvolvimento na sociedade, ainda predominantemente dominada por homens. A verdade é que a mulher sempre foi discriminada em nossa história, mas felizmente nossa voz vem sendo cada vez mais escutada pela sociedade”, ponderou.
Para Nathália, OAB vem desenvolvendo um trabalho excelente que contribui com a representatividade da mulher e acha que o tema vem evoluindo, embora sinta ausência mais presente da mulher advogada na questão da gestão institucional. “Esse é o momento de fazermos o chamamento, para que a mulher se apresenta mais frequentemente nas disputas por posições de destaque nos cargos diretivos das Seccionais. Não apenas defender a representatividade dos 30% que hoje é conquista feminina para a nossa participação na composição de chapas. O que queremos é a igualdade natural”, disse.
Nesse foco do trabalho, a 1ª Conferência Estadual a Mulher Advogada tem o objetivo de pregar melhores condições para mulher nos desafios do dia-a-dia no exercício da advocacia, o trabalho nos fóruns, delegacias e demais órgãos públicos, bem como o cumprimento das prerrogativas da mulher advogada. Segundo Nathália a Comissão da Mulher tem um papel importante para viabilizar a participação da mulher na política de classe, hoje presente em número bem minoritário. “Assim, é necessário conhecer os motivos que afastam a mulher dessa seara, estimular e orientar essa participação e, ainda, criar instrumentos para consolidar essa presença”.
Para o presidente da OAB/RR, Jorge Fraxe, a Ordem tem numericamente mais mulheres do que homens em seus quadros e a participação das advogadas têm de ser cada dia mais intensa. “O que precisamos é materializar essa inclusão da mulher na gestão da Ordem, por via do debate e da afirmação de que a presença feminina tem que ser vista com naturalidade na formação de qualquer sociedade, ou ramos da atividade profissional”, diz ele.
Confira a Integra da Carta: OAB RORAIMA CARTA DA CONFERENCIA